« chego ao ponto em que penso que consigo ser realmente egoísta.
dou por mim a
pensar que eu me queixo da vida, por todas as razões, mas quando paro, olho
para outras direções e penso … como é que eu posso pensar assim? quando eu tenho
tudo aquilo que quero e necessito, quando tantas são as pessoas não têm um
tecto, não têm comida para por na mesa a cada dia e a cada refeição, tantos que
apenas possuem uns trapos no corpo (…) mas acima de tudo, não têm quem os
reconforte, quem lhes dê um abraço, um carinho, não têm afeto, a base do
sorriso…
isso sim, é ser realmente infeliz, e comparado com essas pessoas, o que sou eu? quem sou eu? sou apenas mais um ser, que consegue sobreviver à tristeza do
que é viver sem os parentes que mais amamos, e com falta dos bens materiais que
todos precisamos.
comparo-me com pessoas que me mostram os seus exemplos, e reparo que consigo
ser muito injusta, porque choro com uma simples queda, choro por perder um
amor, cujo amor que muita gente nunca teve nem sabe o que isso é, mas agora vejo,
tantas pessoas por quem eu passo na rua, mostram infelicidade, mas o que
aparentam por fora, nunca demonstra a verdadeira mágoa que se esconde por
dentro. »